Acquanova

Conheça mais sobre alguns parâmetros da água

É a medida da concentração de íons H+ na água.
O balanço dos íons hidrogênio e hidróxido (OH-) determinam se ela é ácida ou básica (alcalina).
Na água quimicamente pura os íons H+ estão em equilíbrio com os íons OH- e seu pH é neutro, ou seja, igual a 7,0.
Os principais fatores que determinam o pH da água são o gás carbônico dissolvido e a alcalinidade. O pH das águas subterrâneas varia geralmente entre 5,5 e 8,5.

A cor (uC) de uma água é conseqüência de substâncias dissolvidas. Quando pura, e em grandes volumes, a água é azulada. Quando rica em ferro, é arroxeada. Quando rica em manganês, é negra e, quando rica em ácidos úmidos, é amarelada. 

A medida da cor de uma água é feita pela comparação com soluções conhecidas de platina-cobalto ou com discos de vidro corados calibrados com a solução de platina-cobalto. Uma unidade de cor corresponde àquela produzida por 1mg/L de platina, na forma de íon cloro-platinado. Especial cuidado deve ser tomado na anotação do pH em que foi realizada a medida, pois sua intensidade aumenta com o pH. Da mesma forma a cor é influenciada por matérias sólidas em suspensão (turbidez), que devem ser eliminadas antes da medida. 

Para águas relativamente límpidas a determinação pode ser feita sem a preocupação com a turbidez. 

Neste caso a cor obtida é referida como sendo aparente.
Em geral as águas subterrâneas apresentam valores de cor inferiores a 5mg de platina.
Para ser potável uma água não deve apresentar nenhuma cor de considerável intensidade. Segundo a Portaria 2914 do Ministério da Saúde o índice máximo permitido deve ser inferior a 15 mg Pt/L.

É a medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar uma certa quantidade de água. A turbidez é causada por matérias sólidas em suspensão (salitre, argila, coloides, matéria orgânica, etc.). A turbidez é medida através do turbidímetro, comparando-se o espalhamento de um feixe de luz ao passar pela amostra com o espalhamento de um feixe de igual intensidade ao passar por uma suspensão padrão. Quanto maior o espalhamento maior será a turbidez. Os valores são expressos em Unidade Nefelométrica de Turbidez (UNT). A cor da água interfere negativamente na medida da turbidez devido à sua propriedade de absorver luz. Segundo a Portaria 518 do Ministério da Saúde, o limite máximo de turbidez em água potável deve ser 5 UNT. As águas subterrâneas normalmente não apresentam problemas devido ao excesso de turbidez. Em alguns casos, águas ricas em íons Fe, podem apresentar uma elevação de sua turbidez quando entram em contato com o oxigênio do ar.

Odor e sabor são duas sensações que se manifestam conjuntamente, o que torna difícil sua separação. O odor e o sabor de uma água dependem dos sais e gases dissolvidos. Como o paladar humano tem sensibilidade distinta para os diversos sais, poucos miligramas por litro de alguns sais (ferro e cobre, por exemplo), são detectáveis, enquanto que várias centenas de miligramas de cloreto de sódio não são percebidas. Em geral as águas subterrâneas são desprovidas de odor. Algumas fontes termais podem exalar cheiro de ovo podre devido ao seu conteúdo de H2S (gás sulfídrico). Da mesma maneira águas que percolam matérias orgânicas em decomposição (turva, por exemplo) podem apresentar H2S.

Veja alguns exemplos: Cloreto de sódio (NaCl) Salgado; Sulfato de Sódio (Na2 SO4) Ligeiramente salgado; Bicarbonato de Sódio (Na H CO3) Ligeiramente salgado a doce; Carbonato de Sódio (Na2 CO3) Amargo e salgado; Cloreto de Cálcio (Ca Cl2) Fortemente amargo; Sulfato de Cálcio (Ca SO4) Ligeiramente amargo; Sulfato de Magnésio (Mg SO4) Ligeiramente amargo em saturação; Cloreto de Magnésio (MgCl2) Amargo e doce; Gás Carbônico (CO2) Adstringente, picante.

É um elemento persistentemente presente em quase todas as águas subterrâneas em teores abaixo de 0,30 mg/L.
Suas fontes são minerais escuros (máficos) portadores de Fe: magnetita, biotita, pirita, piroxênios, anfibólios. Em virtude de afinidades geoquímicas quase sempre é acompanhado pelo Manganês.


O ferro no estado ferroso (Fe²+) forma compostos solúveis, principalmente hidróxidos.
Em ambientes oxidantes o Fe²+ passa a Fe³+ dando origem ao hidróxido férrico, que é insolúvel e se precipita, tingindo fortemente a água.
Desta forma, águas com alto conteúdo de Fe, ao saírem do poço são incolores, mas ao entrarem em contato com o oxigênio do ar fica amarelado, o que lhes confere uma aparência nada agradável.
Apesar de o organismo humano necessitar de até 19mg de ferro por dia, os padrões de potabilidade exigem que uma água de abastecimento público não ultrapasse os 0,30 mg/L (ppm).


Este limite é estabelecido em função de problemas estéticos relacionados à presença do ferro na água e do sabor ruim que o ferro lhe confere.
O ferro, assim como o manganês, ao se oxidarem se precipitam sobre as louças sanitárias, azulejos, roupas, manchando-as.
Teor de Ferro acima do limite (VMP) em águas deve ser eliminado antes de seu uso.
Outra forma de evitar os inconvenientes da precipitação de sais deste elemento químico é usar substâncias complexantes, à base de fosfato, que encapsulam as moléculas dos sais de Fe e Mn, formando compostos estáveis, não oxidáveis nem através de forte cloração, e desta forma mantendo-as permanentemente em solução.
O inconveniente deste processo é que ele não elimina o ferro e o manganês presentes na água, e ainda adiciona mais produto químico (fosfatos) à mesma.


Estas substâncias complexantes são também usadas para evitar a precipitação de sais de Ca e Mg em águas duras, evitando as indesejáveis incrustações, e diminuindo o consumo de sabão.
A precipitação de ferro presente nas águas é a principal responsável pela perda da capacidade específica de poços profundos. Estas incrustações são produtos da atividade dos ferro-bactéria.
O uso de substâncias orgânicas emulsificantes e polifosfatos nos processos de perfuração e desenvolvimento dos poços criam condições para que as ferro-bactéria, naturalmente ocorrente nos aqüíferos, proliferem com mais facilidade, fazendo-se necessário uma boa limpeza no processo de complementação do poço.

É um elemento que acompanha o ferro em virtude de seu comportamento geoquímico.
Ocorre em teores abaixo de 0,1 0 mg/L, quase sempre como óxido de manganês bivalente, que se oxida em presença do ar, dando origem a precipitações negras.

É a propriedade relacionada com a concentração de íons de determinados minerais dissolvidos nesta substância. A dureza da água é predominantemente causada pela presença de sais de Cálcio e Magnésio, de modo que os principais íons levados em consideração na medição são os de Cálcio (Ca2+) e Magnésio (Mg2+). Eventualmente também o Zinco, Estrôncio, Ferro ou Alumínio podem ser levados em conta na aferição da dureza.

Existem cloretos em todas as águas naturais. Até em algumas águas destiladas comerciais é comum encontrar cloretos. Acima dos 140 mg/l provoca um sabor desagradável (a sal), mas não chegam a ser prejudiciais para a saúde mesmo em valores superiores. As águas residuais costumam apresentar, em média, mais 15 mg/l em cloretos do que a água de abastecimento que foi sujeita à atividade humana. Os mares e os oceanos têm elevada concentração em cloretos. As águas com menor concentração desta união costumam serem as águas de montanha e de terras altas. O cloreto determina-se por volumetria de precipitação.

É medida em  µs/cm. Águas com teores < 10 µs/cm (água desmineralizada) é imprópria à vida animal de modo geral, por exemplo – água filtrada por osmose inversa; já condutividades 10 a 100 µs/cm bah está em valores aceitáveis, porém cuidado, pois pode estar poluída por vários fatores, industriais, emissão de CO2 pelos automóveis, etc; condutividade entre 300 a 1000 µs/cm água mineralizada a muito mineralizada;  condutividades > 1000 µs/cm água é considerada extremamente mineralizada.

Há muitos tipos diferentes de bactérias que estão distribuídos em muitos gêneros. Mas algumas merecem atenção especial: as do grupo os coliformes; – Coliformes Fecais e Totais. Essas bactérias são utilizadas em larga escala nas medições microbiológicas que testam a qualidade da água e de alimentos para que as pessoas os consumam sem riscos maiores. Então, considerando a relação diretamente proporcional, quanto maior o índice de presença de coliformes, mais a água ou o alimento contaminado.

Os coliformes totais compõem os grupos de bactérias gram-negativas que podem ser aeróbicas ou anaeróbicas (isto dependerá do ambiente e da bactéria), não originam esporos e fermentam a lactose, produzindo ácido e gás a 35/37°C.

Já os coliformes fecais são também conhecidos como “termotolerantes” por suportarem uma temperatura superior a 40°C, convivem em simbiose com humanos, bois, gatos, porcos e outros animais de sangue quente. São excretados em grande quantidade nas fezes e normalmente não causam doenças (quando estão no trato digestivo). Neste grupo está presente a bactéria gram-negativa Escherichia coli, e ao se ingerir alimentos por ela contaminados, os resultados desagradáveis (como uma gastrenterite, por exemplo) podem ser brandos ou desastrosos, dependendo do grau de contaminação.

Doenças transmitidas por consumo de água imprópria

Doenças transmitidas através da ingestão de água e alimentos contaminados estão entre os principais riscos para a saúde durante as viagens. Mais de 250 doenças podem ser transmitidas desta forma, causadas por agentes infecciosos (incluindo príons), toxinas (produzidas por agentes infecciosos ou por organismos marinhos) e contaminantes químicos. Estas doenças podem ocorrer em qualquer país do mundo, inclusive nos mais desenvolvidos. Em países em desenvolvimento, onde a infra-estrutura de saneamento básico é inadequada ou inexistente, o risco de transmissão é ainda maior, visto ser relativamente comum a contaminação das fontes de água e de alimentos com resíduos fecais.
Os agentes infecciosos (bactérias, vírus, helmintos e protozoários) são a principal causa de doenças transmitidas por água e alimentos contaminados em viajantes. A influência do consumo de bebidas alcoólica, do stress e da mudança na dieta como causa de diarréia ainda não está claramente definida e, provavelmente estes fatores são responsáveis por uma parcela dos casos leves que evoluem sem febre ou comprometimento significativo da saúde do viajante. Estas doenças podem ser freqüentes, como a diarréia ou raras e graves como a encefalopatia espongiforme transmissível (“doença da vaca louca”), que é invariavelmente fatal.

A maioria dos agentes infecciosos pode ser adquirida através de transmissão fecal-oral, resultante da contaminação de água e alimentos por dejetos, direta ou indiretamente. A disposição inadequada de dejetos, comumente humanos, ocasiona a contaminação da água que é utilizada para consumo e preparação de alimentos. A contaminação pode ocorrer antes, durante ou após o preparo dos alimentos e pode estar relacionada com a preparação inadequada (alimentos não lavados adequadamente, crus ou mal passados), com a manipulação sem higiene correta (mãos que não foram adequadamente lavadas) ou com o contato com insetos (moscas e baratas). O consumo de alimentos preparados por vendedores ambulantes ou a ingestão de alimentos crus (ou inadequadamente preparados), em especial frutos do mar, constitui um risco elevado de adoecimento para o viajante A alimentação feita diretamente com as mãos ou o compartilhamento de um mesmo recipiente com outras pessoas (comum em diversas culturas), aumentam o risco de aquisição de doenças.
A diarréia, em geral, é uma infecção alimentar, ou seja, ocorre após a ingestão de água ou alimentos contaminados por um agente infeccioso, que pode multiplicar-se no trato digestivo humano. As intoxicações alimentares são doenças freqüentes, inclusive em países desenvolvidos, e resultam da ação de toxinas elaboradas em razão da multiplicação de agentes infecciosos nos alimentos antes, durante ou após o preparo, ou seja, antes do consumo (toxinas pré-formadas).

A “doença da vaca louca”, em animais, afeta exclusivamente o gado bovino que é alimentado com rações preparadas a partir de carcaças de ruminantes recicladas. O agente etiológico (príon) está presente principalmente no tecido nervoso do animal infectado (cérebro, medula e nervos periféricos), é altamente resistente e não é desativado durante o processo de reciclagem das carcaças, o que permite a sua entrada na cadeia alimentar do gado bovino. Em seres humanos, a encefalopatia espongiforme transmissível ou variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (“doença da vaca louca”) é uma doença rara, invariavelmente fatal, que causa degeneração crônica do sistema nervoso central. A doença, que não existe no Brasil, é transmitida através de ingestão de carne bovina ou derivados contaminados com príons, partículas protéicas capazes de alterar o metabolismo celular, que levam à produção anormal de proteínas que se depositam no cérebro. Os príons, que também podem ser transmitidos a partir da transfusão de sangue de pessoas infectadas, não podem ser inativados por qualquer dos métodos (ferver, assar, fritar) utilizados no preparo da carne bovina para consumo.

Posso ajudar?